O surgimento do capitalismo comercial, a
partir do século XVI, na Europa, com a reabertura dos mares
Mediterrâneo, Báltico e do Norte implicaram em transformações
substanciais em todas as esferas da sociedade, sobretudo cultural.
Primeiro grande movimento cultural burguês, o Renascimento valorizava
uma cultura laica (não-eclesiástica) e racional. Embora tentasse romper
com as concepções católico-feudal, as vezes confundiam-se ou
mesclavam-se os novos valores burgueses e os antigos preceitos
eclesiásticos, evidenciando o caráter transitório do movimento
(transição do feudalismo para o capitalismo).
Os renascentistas buscavam subsídios na
cultura Greco-Romana, característica marcante do Renascimento Cultural,
denominada Classicismo. Embora negassem os valores medievais e
valorizassem a cultura clássica, não se pode considerar o Renascimento
como um renascer cultural propriamente dito, como se antes, na Idade
Média, não houvesse cultura. O Renascimento foi a retomada de valores da
Antiguidade Clássica úteis a vida burguesa. Dessa forma buscou-se o
antropocentrismo (o homem no centro do universo), o humanismo
(valorização do homem), o hedonismo (valorização dos prazeres terrenos) e
o naturalismo (representação e estudo da natureza humana na literatura,
nas artes e nas ciências).
Alguns renascentistas consideravam a
Idade Média como um período de trevas, de morte cultural. No entanto,
isso não é verdade, na medida em que na era medieval surgiram as
universidades e a arte gótica.Renascimento tem início a partir do
momento em que se reinicia a comercialização no mar Mediterrâneo, do
Norte e Báltico, com as Cruzadas. O renascer comercial e urbano,
principalmente na Itália, dada a proximidade desse país com o
Mediterrâneo, fez surgir uma nova classe social: a burguesia. Juntamente
com a ascensão econômica burguesa novos valores emergiam, condizentes
com o caráter mercantil dessa nova classe social. Daí o ambiente
propício ao desenvolvimento do Renascimento Cultural. Além disso, haviam
os mecenas, ricos burgueses patrocinadores das artes em geral.
Buscavam, além do engrandecimento pessoal, vantagens econômicas e
culturais.
O Renascimento foi um movimento de grande
valor cultural, pois retirou o monopólio da explicação das coisas do
mundo da Igreja Católica. Incentivava-se a crítica, o racionalismo e o
empirismo (realização de experiências para se comprovar hipóteses
científicas). Substituíam a fé pela razão, a Igreja pela ciência.
O Renascimento Cultural representou um
abalo nas barreiras ao progresso científico a tal ponto de elas não mais
representarem um entrave ao seu crescimento.
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